CURSO DE POUCO PRESTÍGIO

ESSE É HOMENAGEM MINHA AS MULHERES AMIGAS E PEDAGOGAS QUE ME MOSTRARAM AS MARAVILHAS DO MAGISTÉRIO. SÃO ELAS EM ORDEM ALFABÉTICA:

 

ANA PAULA ANDRADE LIMA

JAÍNA LIMA CARDOSO

LUCILA MARIA SANTOS MATOS

 

FAGUNDES, Tereza Cristina Pereira Carvalho, Mulher e Pedagogia – Um Vínculo Re-Significado, 1ª edição, Curso de Pouco Prestígio, PP. 88-95, Ed. Helvécia, Salvador, 2005.

 

PREFÁCIO

          Escolhi esse trecho do livro por abordar um tema pertinente e que tem sido alvo de debates na sociedade e tem se tornado manchetes em todo o Brasil com a onda de violência que vem assolando nossas escolas de modo geral, sem distinção de serem públicas ou privadas, a moda atualmente é copiar a onda dos jovens norte-americanos que vem cometendo atrocidades contra colegas e professores nas escolas, alguns casos viraram filme-documentário, como o caso de “Tiros em Columbine”. Outros casos de violência gratuita que tem acontecido com algumas pessoas por grupos que se aglomeram, procuram uma vítima em potencial e partem pra cima da mesma com socos, pontapés e em alguns casos com armas brancas.

          Em Salvador temos visto recentemente pela imprensa assassinatos ocorridos dentro de escolas por questões tão estapafúrdias e insignificantes, que mostra o grau de valorização em que a vida humana chegou. Casos como esses e de outros que assolam o mundo estão fadados a serem esquecidos pela sociedade. O precisamos fazer pra mudar essa onda de violência?

          Então por tem conivência dos pais nesse sentindo, que acobertam seus filhos, dizendo através de seus advogados que são crianças inocentes, que não sabem de onde eles aprenderam determinado comportamento e que sempre foi um filho exemplar em casa, etc e tal... Mas como agir nesses casos?

PARTINDO PRO TEXTO

          Logo de cara no primeiro parágrafo a autora fala dos casos de desprezo e desprestígio que a profissão de pedagoga sofre dentro da família, visto o sofrimento visível que a imprensa tem mostrado a sociedade e também pelas várias paralisações de professores inerentes de redes públicas e privadas de ensino sobre péssimas condições de trabalho, salários defasados e muitas vezes escandalosos. E cita uma mulher que a família achava que ela seria uma engenheira ou médica pelo seu ótimo desempenho em disciplinas de exatas e ela simplesmente havia escolhido pedagogia, foi até rechaçada pelo marido que havia dito que era um desperdício.

          Esse caso mostra a verdadeira face do preconceito com a profissão e de certa forma mostra que pra esse determinado curso só as pessoas que não são tão inteligentes que deveriam seguir carreira e pessoas dotadas de certo conhecimento devem ser direcionadas a determinadas áreas mais rentáveis. E ainda serem tachadas como pessoas de pouco conteúdo e que ao longo do tempo a sociedade impôs a educação das crianças as mulheres, o que de certa forma é um pensamento também preconceituoso e a contar que tornou-se uma profissão mais pro público feminino que masculino, daí surge outra forma de preconceito, de que homens educadores em sua maioria são homossexuais.

Cito a minha pessoa como exemplo. Quando vi meu nome no jornal falando que havia passado no vestibular da UCSAL, fui todo orgulhoso levar pro meu pai, quando ele me perguntou qual foi o curso escolhido, diante da resposta que dei o mesmo ficou decepcionado e falou-me que essa não era profissão, que profissão rentável era de advogado, médico, valores que a família ainda carregam do passado. Mas também apresento o caso de um amigo que se formou em direito, mas que não conseguiu nada no mercado de trabalho e decidiu abrir uma lan house enquanto espera pelos concursos públicos direcionados a área de direito.

A autora mostra um quadro crescente por volta da década de 70, do século XX de mulheres por profissões antes delegadas aos homens e cita uma manchete do jornal A Tarde que espelha essas mudanças, quando cita que o curso de odontologia tem sido prestigiado e com maior presença feminina, que foi uma disputa “corajosa e honesta”, resultante talvez por essas escolhas feitas pela família e não pela principal personagem, ou poderia-se dizer que realmente era de interesse dessas candidatas as vagas por opção própria. O jornal conclui de certa forma grosseira, se analisarmos o que o jornalista queria expressar naquelas duas palavras destacadas, que apesar delas terem conseguido a vaga batalharam o que para os homens é uma facilidade, sem falar que ainda teriam que enfrentar outro problemas quando ingressas no curso. Soa como absurdo essa forma de expressar-se ao público leitor, principalmente as leitoras.

A autora encerra seu relato entrelaçado aos depoimentos de várias mulheres que sofreram preconceito, desconsideração e foram renegadas a uma simples satisfação que na verdade esconde o desapontamento da família com essa profissão, principalmente quando se fala de pessoas oriundas do interior do estado que vêm à capital para realizar seu sonho, muitas vezes cultivado, desde a infância, como o caso que conheço de uma professora chamada Lucila Matos, hoje aposentada, que me relatou ter sido seu sonho professora, estudou muito, provinha de família pobre da cidade de Candeias, batalhou e passou no vestibular de pedagogia da UFBA, concluiu seus estudo e ao longo de sua vida profissional foi buscando melhorar seu currículo e consequentemente foi ganhando cargos de chefia e confiança. Se aposentou sendo coordenadora e observadora de escolas públicas estaduais e municipais. Um fato importante que a mesma declara, se vivesse apenas de um emprego em qualquer que fosse a escola não daria pra viver com o conforto que hoje tem, foi preciso trabalhar em escolas nos três turnos, mas ao final de seu depoimento ela diz que valeu a pena e faria tudo de novo se possível.

Portanto concluo meu discurso dizendo que não vale a intenção da família em querer profissões glamourosas por ostentar status e ser bem remuneradas, mas do candidato ou candidata a almejar seu curso, seu sonho, a melhor realização não estaria no valor, mas na satisfação e carinho que se dedica a profissão escolhida. Vale sim a cada um fazer o que melhor lhe seja conveniente, sabendo que suas escolhas serão pro resto de suas vidas. Viva as heroínas da educação!

JONASCIMENTO

Comentários

Unknown disse…
Oi amigo, obrigado pela homenagem. Aproveito o espaço para "rasgar seda". Fico cada vez mais orgulhosa em ver seu crescimento no "campos dos saberes". Continue assim, investindo na sua formação e com a certeza de que tem o meu apoio SEMPRE.

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